Mudei tanto que esqueci quem eu era

Sabe quando nos sentimos solitários mesmo em meio a multidão? Quando você olha ao redor e ainda assim com tantas pessoas próximas de ti, conhecidas ou não, parece que tem sido apenas você contra o mundo, sabe? De uns tempos pra cá venho me sentindo assim, mas sinceramente me pergunto se já não me encontrava nesse barco há mais tempo. Se só reparei recentemente, pois esses sentimentos, pensamentos tornaram-se companheiros no dia a dia, tão antigos que me acostumei com eles. Me pergunto, será que estive me enganando esse tempo todo?

Ultimamente, me pego pensando sobre minha vida, quantas pessoas conheci, confiei, que se foram, apenas passaram por ela por algum motivo, aquelas que permaneceram, meus erros, acertos, mudanças que me acertaram em cheio, o quanto amadureci, as lições que virão para aprender,como mudei em diversos aspectos, e em outros nem tanto. O tempo seguiu, e cada vez mais chego a conclusão de que mudei tanto e hoje não sei mais quem eu sou. Do ano passado até agora vivi momentos os quais não tinha ideia de que poderiam acontecer comigo, desde coisas pequenas à situações importantes, me desafiei de pouco em pouco para fora da minha zona de conforto na tentativa de impor o meu verdadeiro eu, minha essência, me reerguer, me re-encontrar. E agora me questiono onde fui parar? O que aconteceu comigo? Será que estou tentando realmente encontrar respostas ou só tentando reafirmar o grande vazio que tenho sentido?

Dúvidas frequentemente me rodeiam, como se de fato aqueles que afirmam estar comigo para "o que der e vier", estarão comigo?Foram tantas decepções, tantas promessas repetidas e quebradas, que mesmo uma parte de mim dizendo: "sim, acredite é real", a outra insiste em contrariar:" tem certeza? lembre-se como se sentiu das outras vezes, quer se machucar novamente?". O talvez, a indecisão é a pior das prisões, assim como seu maior inimigo é você, teus próprios pensamentos. O cansaço psicológico tem me consumido, e não há nada que seja capaz de aliviar essa tensão, esse meu péssimo hábito de calar-me enquanto minha mente grita, esperneia, tumultua pedindo por ajuda, para que a escutem, tentem compreender ou então que a acolham com o silêncio e um abraço de quem se preocupa de verdade.

No momento eu só queria entender o que está acontecendo, ou então que pelo menos esses sentimentos e pensamentos me deixassem em paz. Ontem tive um sonho,ou foi um pesadelo? Sinceramente, não sei mais distinguir. Mas com certeza sei que pareceu muito real, basicamente do que me recordo estava em um lugar que aparentava ser uma rodoviária a qual estava deserta, e enquanto esperava por um ônibus observava o mar, que estava calmo, porém o nível da aguá subia aos poucos, e quando me dava conta de que a aguá estava invadindo o local saí em busca de um lugar seguro para ficar. Conforme procurava o mar invadia onde eu alcançava, então fui arrastada, e tentava me segurar em algo para me salvar até que consegui, era o muro de um hotel onde fiquei até que despertei.

O sonho a meu ver não teve sentido logo de cara, mas quando me lembrei da angústia que senti na hora em que estava sendo arrastada pela água e como me senti aliviada no momento em que me segurei com força e me recompus do susto, percebi o quanto tinha ligação com o que estou vivendo. Ouvi várias vezes que o melhor a se fazer é falar o que pensa, sente e não guardar para si, aprendi na raça o significado disso. Ou seja, se você engolir tudo o que sente, no final você se afoga. E apesar de compreender as consequências e saber aonde esse caminho nos leva, tenho me fechado no meu mundo, e o que resta é, por quê? Puro masoquismo? Não. Simplesmente, medo. Medo de tentar ou de não conseguir? Do que poderá acontecer? Convenhamos, é melhor continuar assim sem reação, sem saber como será ou dar a cara tapa e ser verdadeiro consigo, mesmo se no fim não for como esperava? O que mais vale a pena? Já não sei de mais nada, nem quem eu sou agora.

G.





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