"Mudar é sempre bom, mesmo quando dói a primeira vista"
" O trânsito engarrafado às 8h, as janelas abertas para sentir o ar frio do início do outono e os motoristas foram quase um coral: 'porque é que mudaram o trânsito aqui ? Ficou muito complicado pra entender, era muito melhor antes.' O apartamento novo é maravilhoso, mas o outro tinha a sacada aberta que paria ampliar o horizonte. Iniciar um relacionamento é incrível, porém exige algumas renúncias que talvez você não esteja preparado. Começar numa empresa com propósito parecido com o seu é demais, mas será que não era melhor ficar onde estava com o chefe maneiro?
O primeiro sintoma da mudança é
o arrependimento. Sair da zona de conforto dá um medo desgraçado
e, mesmo que o lugar anterior já não fosse exatamente maravilhoso,
provavelmente era estável. Como no dia que a gente troca o colchão que tem o
formato do nosso corpo e causa dor nas costas, mas parece que ao invés de
passar a dor piorou. Dá vontade de devolver para a loja e catar a espuma velha
no lixo, até que a dor simplesmente passa e a vida melhora. E você comemora a
sua coragem de ter mudado.
A parte boa de qualquer mudança
é conhecer o antes e o depois. A parte ruim é que, inconscientemente, sempre
achamos o antes melhor à primeira vista. O primeiro passo pra fora da zona de
conforto é sempre o mais dolorido.
Mudar é um gráfico que tem num eixo
o desconforto, no outro o tempo. O desconforto vai crescendo até que chega ao
ápice, aí você muda. Mas continua desconfortável e o gráfico vai apontando pra
baixo aos poucos. Forma uma pirâmide. E a vida vai se transformando no próprio
Egito, já que estamos o tempo todo desconfortáveis, mudando e aprendendo a
lidar com novas realidades.
No caminho entre o que te faz
reclamar e o que vai te fazer feliz existem as mudanças. Não dá
pra ser mais feliz sem passar por elas, assim como não dá pra ser imune a
evolução e se tornar uma múmia. Mudar é doloroso, chato, incômodo,
angustiante. Ao mesmo tempo, necessário e absolutamente maravilhoso quando você
entende que cada vez que muda nasce um pouco de novo e vê perspectivas
diferentes sobre a vida."
Marina Melz
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